Afinal, educação para quê?
Sempre ouço falar da importância da educação para a formação do cidadão, para a melhoria de um país, para o crescimento humano, para a evolução da humanidade. Sempre ouço as propagandas políticas exaltando seus programas educacionais, enchendo a boca para falar da construção de novas unidades ou da ampliação da rede de ensino. Mas quando olho para o lado, vejo um país semianalfabeto, com crianças na rua, sem ter para onde ir, com famílias que tentam sobreviver com o pouco que lhes é garantido. Olho para o lado e vejo os professores desvalorizados e desrespeitados, vejo a falta de estrutura, vejo a bagunça que se tornou a educação.
Será que exigir respeito e dignidade é pedir muito? Será que esperar que nossos jovens e adultos consigam ler um texto com propriedade é pedir muito? Será que defender os nossos direitos enquanto cidadãos, enquanto trabalhadores, enquanto seres humanos, é pedir muito? Até quando os professores vão pechinchar salário? Até quando vamos esperar a corda apertar no pescoço para só então gritar?
Às vezes parece que os direitos se tornam utopia e os sonhos se tornam ilusões. O que fazer para melhorar tudo isso? Sentar e esperar? Rezar para que tudo melhore? Tapar os olhos e seguir em frente? Tanto já se lutou! Qual seria então a solução? Infelizmente não sei, mas posso afirmar com certeza que a caminhada será longa, dolorida e guardará no percurso muitos desafios.
O professor merece respeito, o trabalhador merece respeito, o povo brasileiro merece respeito. Mas aí surge o problema: como falar de respeito em um mundo cada vez mais individualista, que colocou a condição de ser humano abaixo do lucro? No contexto do mundo atual, qual seria a melhor forma de se lutar por direitos? Para alguns a greve não é a melhor opção, mas a meu ver é a única que está ao nosso alcance neste momento.
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