A ESPERA Ele estava parado aguardando o ônibus como fazia todo dia de manhã. O dia amanhecera calmo e úmido. Hoje vai chover, pensava consigo mesmo enquanto verificava se estava com o guarda-chuva dentro da mochila. Não havia ninguém na rua, apenas o vento passeava naquela manhã, um vento gelado e contínuo. Ele fechou o casaco enquanto observava o balançar das folhas das árvores, pareciam que dançavam, uma espécie de espetáculo da natureza. Reparou que quando o vento vinha mais forte algumas folhas caiam no chão, assim como algumas flores, e aquilo dava um colorido especial para as calçadas, como um tapete para enfeitar o caminho daqueles que passam apressados. Sorriu para si mesmo ao pensar na poesia por trás deste seu pensamento. Mas logo se lembrou que poucos seriam aqueles que teriam a capacidade de contemplar aquele presente. A natureza enfeita nosso caminho e nós nem mesmo paramos um minuto para contemplar, pensou ao olhar para as árvores que agora balançavam com mais...